O Brasil está atrasado na eletrificação de sua frota de ônibus em comparação a outros países da América Latina como Chile, Colômbia e México, segundo dados recentes do radar E-BUS. Apesar de contar com mais de 500 ônibus elétricos, o país ainda não conseguiu ultrapassar seus vizinhos nesse quesito.
A professora Adriana Marotti de Mello, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP, explica que muitos países buscam substituir veículos a combustão interna por elétricos devido à dependência de importação de petróleo e compromissos de redução de emissões de CO2.
No Brasil, a situação é diferente. Desde os anos 1970, o país conta com o etanol como alternativa renovável, além de ser produtor de petróleo. Isso reduz a urgência de substituição por veículos elétricos, especialmente para carros de passeio.
Entretanto, a eletrificação do transporte público, principalmente ônibus, é mais incentivada no Brasil. Isso ocorre porque muitos ônibus utilizam motores a diesel, que são mais poluentes que a gasolina, emitindo não só CO2 mas também material particulado e outros gases tóxicos.
A substituição de ônibus a diesel por elétricos traz vantagens ambientais e econômicas. Porém, existem desafios como os altos custos iniciais e o elevado consumo de lítio pelas baterias.
Para acelerar a eletrificação das frotas de ônibus, especialistas recomendam que os investimentos no setor foquem em três áreas principais: financiamento de veículos, auxílio no subsídio às tarifas e melhorias de infraestrutura das garagens de recarga.
A falta de políticas públicas coordenadas entre os governos federal, estaduais e municipais é apontada como um dos principais obstáculos para uma transição mais rápida para ônibus elétricos no Brasil.
Apesar dos desafios, a eletrificação do transporte público urbano representa uma importante oportunidade para o Brasil reduzir as emissões de poluentes nas cidades e melhorar a qualidade do ar, contribuindo para os objetivos de sustentabilidade do país.