A tecnologia tem sido um fator crucial na redução do congestionamento em cidades chinesas, segundo um estudo recente. A 4ª edição do Relatório sobre o Tráfego Urbano das Principais Cidades Chinesas, realizado pelo Centro de Pesquisa de Tráfego Sustentável, revelou que 80 das 100 cidades estudadas apresentaram uma redução no índice de congestionamento urbano. Em algumas cidades, essa diminuição alcançou 8% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
A redução do congestionamento é atribuída à consolidação de aplicativos de táxis e carros executivos, à difusão de tecnologias que oferecem novos serviços e meios alternativos de locomoção nos grandes centros urbanos e à revolução dos serviços de bicicletas compartilhadas. Isso tem estimulado a opção pelo transporte público. Além disso, a expansão constante das linhas de metrô e o desenho inteligente das linhas de ônibus, que utilizam modernas ferramentas de mapeamento, também contribuíram para essa melhoria.
O estudo, realizado em parceria com a Mercedes-Benz, a Universidade de Tsinghua, o Gaode MAP, a Alicloud, a OFO Bike-Sharing e o Departamento de Pesquisa do Instituto de Tráfego e Transportes da China, mostrou que a introdução do serviço de bicicletas compartilhadas (Bike Sharing) levou a uma mudança significativa nos hábitos de transporte das pessoas. Antes da introdução do Bike Sharing, cerca de 57,1% das pessoas usavam o próprio veículo como principal meio de transporte. Agora, esse número caiu para 34,7%.
Em Pequim, houve uma melhora de 60% no tráfego nas regiões próximas às estações de metrô durante os horários de pico e de 4,1% na cidade como um todo. Os aplicativos facilitaram o acesso dos passageiros aos táxis, permitindo que eles chamem os motoristas mais próximos, e as bicicletas encurtaram a distância dos usuários até as estações de metrô ou de ônibus.
O diretor do Escritório da CNT na China, Luiz Eduardo Vidal Rodrigues, destacou que a redução do congestionamento se deve, em grande parte, à opção de parte da população em deixar seus carros na garagem e utilizar o transporte público. Isso foi diretamente influenciado pela comodidade de chamar um táxi pelo smartphone e pela facilidade de alugar uma bicicleta para rapidamente chegar à estação de metrô ou de ônibus mais próxima.
A CNT, por meio de seu escritório em Pequim, participou recentemente da Feira Internacional de Bicicletas e Veículos Elétricos e realizou uma reunião com a Bluegogo, uma das maiores empresas chinesas que disponibiliza o serviço de locação de bicicletas. O sistema dock-less das bicicletas foi o fator catalizador que permitiu a eclosão da revolução do Bike Sharing na China. Esse sistema utiliza um cadeado eletrônico no para-lama da bicicleta, permitindo que os usuários localizem a bicicleta mais próxima pelo mapa do aplicativo e desbloqueiem-na por meio da leitura de um QRCODE.
A diretora da Bluegogo, Denise Wu, afirma que 70% de seus usuários utilizam o serviço como “the last mile” ou o último quilômetro, que conecta o usuário do transporte público ao seu destino. Isso confirma o resultado do estudo do centro de pesquisa e coloca o serviço da bicicleta como complementar ao dos ônibus, metrôs e trens urbanos na China.
Essas inovações tecnológicas e mudanças nos hábitos de transporte podem servir de modelo para outras cidades que buscam reduzir o congestionamento e promover o uso do transporte público. A CNT, como uma das principais entidades do setor de transporte no Brasil, está atenta a essas informações e busca compreender melhor a aplicabilidade dessa nova tecnologia no cotidiano dos grandes centros.
A tecnologia tem o potencial de transformar a forma como as pessoas se deslocam nas cidades, tornando o transporte mais eficiente e sustentável. A redução do congestionamento não apenas melhora a qualidade de vida dos cidadãos, mas também contribui para uma economia mais eficiente e um meio ambiente mais saudável.