A mobilidade urbana em Belo Horizonte é um desafio histórico para a cidade. Com as eleições municipais se aproximando, especialistas em mobilidade urbana avaliaram as propostas dos candidatos à prefeitura de Belo Horizonte. Os candidatos em destaque são Mauro Tramonte (Republicanos), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT), Rogério Correia (PT), e Fuad Noman (PSD).
Segundo André Veloso, economista e integrante do movimento Tarifa Zero BH, as candidaturas de esquerda, como Rogério Correia e Duda Salabert, apresentam as propostas mais avançadas para a mobilidade urbana. Ambas as candidaturas abordam todos os aspectos da mobilidade, incluindo ônibus, calçadas e acessibilidade. Além disso, elas defendem a visão zero, que busca a segurança no trânsito e a prevenção de mortes.
Já o programa de Mauro Tramonte, líder nas pesquisas eleitorais, é criticado por conter superficialidades. O especialista destaca que o contrato com as empresas de ônibus é o principal problema da cidade, e não o seu não cumprimento. Se o contrato fosse cumprido, a tarifa aumentaria todo fim de ano, o que poderia levar a uma situação pior.
O programa de Bruno Engler propõe a implantação de sistemas de controle de tráfego mais modernos, com o uso de inteligência artificial para melhorar o fluxo de trânsito e reduzir congestionamentos. No entanto, o especialista argumenta que o problema não é a coordenação dos sinais de trânsito, mas sim o excesso de pessoas que dependem do carro e da moto como meio de transporte, devido à ineficiência do transporte coletivo.
Ana Marcela Ardila, coordenadora do Centro de Estudos Urbanos da UFMG, destaca a importância do Triplo Zero: zero emissões, zero mortes e zero tarifa. Segundo ela, os planos de Rogério Correia e Duda Salabert discutem a transformação da matriz energética e a necessidade de trazer carros elétricos. O plano de Rogério é mais ambicioso em suas metas, enquanto o plano de Duda é mais geral.
A questão da tarifa zero é abordada apenas nos programas de Duda e Rogério. Enquanto a proposta de Rogério é gradativa, com instrumentos de ampliação do subsídio tarifário, Duda propõe uma discussão a longo prazo para implantar o Sistema Único de Mobilidade Urbana (SUM).
A acessibilidade é outro ponto crucial, e Ana Marcela Ardila destaca que é fundamental que os planos de mobilidade estejam alinhados com o plano diretor e a política nacional de mobilidade urbana. Ela também chama a atenção para a necessidade de garantir condições adequadas para pessoas idosas e motociclistas, grupos mais vulneráveis.
Em resumo, as propostas da esquerda para a mobilidade urbana em Belo Horizonte são consideradas mais avançadas, abordando temas como transporte coletivo, acessibilidade e meio ambiente de forma mais detalhada e ambiciosa.